O Planejamento do Trabalho Pedagógico
Nesta postagem iremos
discutir a importância do planejar, as etapas do planejamento e a relação entre
o projeto político pedagógico, plano de ensino e plano de aula.
Planejar para a
integração entre comunidade, escola e sala de aula
O cotidiano do
professor está interligado por diversos elementos, entre eles, o ouvir as
necessidades da comunidade e da escola para definir como será o trabalho em
sala de aula.
Como é possível para o
professor ouvir a comunidade? Será que o professor deve sair de casa em casa ao
final de suas aulas perguntando aos pais, alunos e equipe escolar o que eles
querem para a sua escola?
Não exatamente. Uma das
maneiras encontradas pelos educadores para ouvir a comunidade é garantindo que
todos possam participar do planejamento pedagógico. Aqui cabe mais uma
pergunta. Como acontece o planejamento pedagógico?
O planejamento
pedagógico pode acontecer por meio de atividades que a escola cria para estimular
a participação de sua comunidade. Pode ser uma reunião envolvendo pais, alunos
e equipe escolar ou mesmo uma festa na escola que tenha como objetivo discutir
a própria escola. Em resumo, toda a ação que a escola promove ao longo do seu
ano letivo e que dá oportunidade de todos falarem e dizerem o que esperam da
escola são elementos que se agregam ao planejamento.
O planejamento é uma
escuta permanente que enriquece o trabalho do professor.
Um momento propício é o
da elaboração do Projeto Pedagógico, pois toda escola tem como responsabilidade
planejar suas atividades e apresentar esse plano em um documento chamado
Projeto Pedagógico.
Participar da
construção do Projeto Pedagógico da Escola torna-se um caminho fundamental para
o professor planejar seu trabalho em sala de aula.
Ao se envolver com a construção do Projeto
Pedagógico, o professor toma consciência das necessidades concretas da escola,
além disso, ele perceberá a sua necessidade de formação permanente, reflexão
sobre a prática e reformulação do
currículo.
Segundo Paulo Freire, educar é um
processo dialético entre o ensinar e o ser ensinado, e "quem
forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser
formado" (1997, p. 25). Nesse sentido, compreende-se o professor como ser
histórico e posto no mundo que faz parte do conhecimento, mas que também
desconhece. O resultado dessa tomada de consciência abre ao professor
possibilidades de “produção do conhecimento que ainda não existe"
(1997, p. 31).
O exercício contínuo e cuidadoso do professor em escutar
os seus demais colegas, em escutar as necessidades de seus alunos e em escutar
o que a comunidade escolar prioriza em seu projeto pedagógico dará a ele
condições de realizar suas ações cotidianas com os alunos integrando esses
diferentes interesses.
O planejamento pedagógico do professor não pode ser um
adendo ao Projeto Pedagógico. Para o professor trabalhar de forma articulada e
coletiva precisa ter em mente quais são as suas prioridades, as necessidades da
escola e as necessidades de seus alunos. A partir dessa escuta, criam-se as
devidas ligações com suas ações em sala de aula. Essa articulação melhor se
dará quando houver a conciliação entre a estrutura física e organizacional que
a escola dispõe e as atividades temáticas/ conteúdos a serem desenvolvidas pelo
professor. Todas essas informações estão concentradas no Projeto Pedagógico.
Os temas trabalhados em sala de aula estão diretamente
ligados à trajetória da escola, caracterização econômica, social, política e
cultural que a escola está inserida e perfil sócio-cultural dos alunos.
Ao retomar o Projeto Pedagógico para planejar suas aulas,
o professor toma consciência da responsabilidade de todos os envolvidos na
comunidade escolar na execução do trabalho educativo. Perceber que o trabalho
docente é coletivo lhe dará mais segurança para expandir seus temas de trabalho
para fora da sala de aula.
A qualidade do planejamento é resultado da interação
entre conhecimento científico de responsabilidade do professor e os elementos
do cotidiano apresentado no Projeto Pedagógico.
Uma construção coletiva e permanente
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, enquanto um dos
documentos oficiais que orientam em âmbito nacional, o trabalho docente, têm
enfatizado a necessidade de a equipe escolar vivenciar o projeto educativo da
escola enquanto “uma construção coletiva e permanente” (BRASIL [SEF/MEC], 1997:
48).
Portanto, a autonomia do professor não está centrada na
sua capacidade individualizada de decidir o que trabalhar com seus alunos, mas
sim, uma autonomia que resulta da escuta de várias pessoas envolvidas na vida
escolar e que dão sentido ao trabalho planejado pelo professor.
O planejamento como caminho para
consolidação da autonomia escolar
O Projeto Político Pedagógico é um caminho na escola para
a criação de espaços de participação que alimentam os princípios democráticos e
cidadãos.
A escola não pode ignorar que a partir dos mecanismos
legais e normativos da reforma educacional brasileira, Lei n. 9.394/96, o tema
da autonomia escolar vem sendo debatido como uma nova perspectiva do fazer
pedagógico. Tudo isso significa na prática que o professor não pode trabalhar
isolado em sala de aula.
Planejamento: a articulação entre projeto pedagógico,
plano de ensino e o plano de aulas.
Dada a capacidade inventiva do ato de planejar, ao
participar ativamente do processo de planejamento, o professor garante que a
escola possa romper com modelos instituídos. Consequentemente, ele contribui
para a transformação da escola.
O planejamento pode, portanto, ser entendido como uma
reflexão coletiva e permanente sobre a vida escolar. Será a partir dessas
reflexões que o professor organizará seu plano de ensino e suas aulas.
Reforçamos que na concepção que defendemos ao longo desta
aula, o planejamento do trabalho pedagógico, quando interligado com o Projeto
Político Pedagógico, torna-se instrumento que tende a facilitar a conquista da
autonomia no cotidiano escolar.
Finalizamos, portanto, chamando a atenção para
quando o professor for definir seu plano de ensino e plano de aula estar
consciente da necessidade de articular suas ideias com o Projeto Pedagógico da
Escola.
Lembre-se de que você poderá postar suas dúvidas no Blog , estaremos Aguardando.
Futuros Pedagogos
Referências
BRASIL (SEF/MEC), 1997. Parâmetros
Curriculares Nacionais –
1º e 2º Ciclos do Ensino Fundamental. Língua Portuguesa/ Introdução. Brasília,
DF: SEF/MEC.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da
autonomia: saberes necessários à prática educativa. 2 ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1997.
GADOTTI, M.; ROMÃO, J. Autonomia da
escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997.
VASCONCELLOS, C. S. Coordenação
do trabalho pedagógico: do projeto político pedagógico ao cotidiano
da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org) Projeto
político-pedagógico da escola: uma construção possível. 14 ed.
Papirus, 2002.
Postado por Futuros Pedagogos
E fica a dica para que toda instituição busque relacionar-se de forma que possibilite a efetiva participação de todos valorizando todo o conhecimento construído e proporcionando a inclusão social e a valorização da vida e efetivando-se assim a democracia.
ResponderExcluirAtt. Patricia B. Santos
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