domingo, 8 de maio de 2016

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E OS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9394/96, explicita, em seu artigo 2º, os princípios e fins da educação brasileira na seguinte conformidade:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (grifos nossos)
Isto posto, compete ao Orientador Educacional fundamentar toda a sua ação com base nesses princípios, visando ao alcance das finalidades da Educação Nacional, iluminado assim sua prática. Certamente, como membro de uma equipe, ele não fará isso sozinho, portanto, precisa ter a compreensão de que ao desempenhar suas atividades, deverá desenvolver seu trabalho de forma a contribuir para a formação da cidadania dos educandos da escola onde atua, por meio de uma prática democrática que respeita a liberdade de todos os componentes da comunidade escolar. Se assim não for, pode até ser chamado de Orientador Educacional, mas não estará desempenhando seu papel em conformidade com os princípios que sustentam seu trabalho

ORIENTADOR EDUCACIONAL E A EQUIPE GESTORA

Na equipe gestora, podemos contar com o diretor, o vice-diretor ou assistente do diretor, o coordenador pedagógico, o orientador educacional e o supervisor escolar. Se não encontrarmos todos esses atores compondo a equipe gestora, pela menos boa parte deles se faz presente. Cada um desses profissionais tem suas atribuições e competências específicas, que se complementam, orquestrando o trabalho realizado na escola. Sendo que todos buscam ou devem buscar a maximização qualitativa do atendimento didático pedagógico dos estudantes. E isso deve ocorrer da forma mais democrática e compartilhada possível. De forma menos hierarquizada. Assim, o diretor conta com o auxílio de uma equipe que, trabalhando o mais horizontalmente possível, garante a democratização das tomadas de decisão cotidianas e minimizam os impactos das inúmeras demandas do dia a dia que se abatem sobre a direção da escola.
No caso do Orientador Educacional, especificamente, dedica-se mais ao acompanhamento do trabalho discente, verificando, auxiliando e dando andamento a processos de atendimento pedagógico e educacional conforme as necessidades e demandas de cada aluno individualmente ou de grupos de alunos que, eventualmente, apresentem mesmas demandas ou necessidades.
Em sua relação com a equipe de gestão, à luz dos fins para a educação escolar, além de exercer a função de orientação 
aos alunos, também a deve exercer relativamente à própria equipe de gestão, bem como ao grupo de professores, contribuindo para a afinação entre teoria e prática da ação pedagógica, na construção de uma práxis educativa.
É, portanto, função do Orientador Educacional levar ao grupo responsável pela Administração Escolar, informações acerca do andamento geral das turmas e dos alunos, individualmente, relativas ao seu processo de aprendizagem e desenvolvimento enquanto parte do processo educativo. A importância desta função liga-se diretamente à elaboração de estratégias administrativas que visem ao desenvolvimento de uma forma de gestão que priorize — e seja eficiente e eficaz — o processo ensino-aprendizagem na atuação de todos os educadores em suas funções cotidianas na escola.


O TRABALHO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
 JUNTO AO CORPO
 DISCENTE E À FAMÍLIA

No dia a dia da instituição escolar, o alunado apresenta necessidades, problemas e demandas, em geral, ligadas ao processo ensino-aprendizagem.
Os casos variam desde os problemas de relacionamento dos estudantes, entre si, passando pela relação discentes-docentes, até as questões de dificuldades de aprendizagem, questões disciplinares e necessidades de reforço em algumas disciplinas, sem esquecer dos casos de inclusão — cada dia, felizmente, mais presentes nas escolas regulares.
Diante dessa gama de demandas, o Orientador Educacional é o responsável pelo atendimento direto ao aluno, debruçando-se sobre seu problema para entendê-lo em sua plenitude e dar o encaminhamento conveniente.
Além do acompanhamento direto aos alunos, em função das necessidades e problemas identificados, o Orientador Educacional também atuará junto aos professores e junto aos familiares dos estudantes.
Aos professores o Orientador Educacional apresentará propostas de atuação pedagógica na busca da solução ou minimização dos problemas dos alunos.
Junto aos familiares, o papel do orientador Educacional voltar-se-á ao estabelecimento de uma linha de comunicação que facilite a solução das necessidades e problemas identificados, visando ao melhor desenvolvimento possível e bem estar do aluno em seu processo de aprendizagem. 

O TRABALHO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
 JUNTO AO CORPO DOCENTE


Além do trabalho de apoio aos professores em casos de acompanhamento de necessidades e problemas identificados junto ao alunado, também cabe ao orientador Educacional atuar, juntamente com o Coordenador Pedagógico, na supervisão do planejamento educacional escolar, bem como na elaboração do Projeto Político Pedagógico da unidade educacional.
A partir das experiências adquiridas cotidianamente em sua função, bem como de seus estudos e pesquisas profissionais, o orientador Educacional deve propor ações pedagógicas, projetos, atitudes docentes, metodologias didático-educacionais, técnicas e alternativas à atuação docente.  Sua função também se associa à observação e revisão curricular, bem como seu acompanhamento e supervisão direta durante sua aplicação.

O TRABALHO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL JUNTO AOS DEMAIS EDUCADORES ESCOLARES

Partindo-se da concepção de que todas pessoas que trabalham na escola são, efetivamente, educadores escolares, cabe ao Orientador Educacional assegurar o estabelecimento de um “clima” educativo que perpasse todas as atividades, em todos os setores da escola.
É papel do Orientador Educacional, por exemplo, instruir os inspetores escolares (“bedéis”), pessoal do serviço de limpeza, de merenda, de secretaria, de portaria e assim por diante, no que se refere à pratica educativa de suas atribuições profissionais, de modo a garantir o estabelecimento de um ambiente educador em todo o equipamento educacional que constitui a escola.

O TRABALHO DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL JUNTO À COMUNIDADE, ORGANIZAÇÕES SOCIAIS E PARCEIROS DA ESCOLA


O dia a dia da escola reserva uma série de fazeres diretamente ligados às relações com a comunidade, com as organizações sociais do entorno escolar e a outros parceiros no processo de ensino.
Cabe ao Orientador Educacional trabalhar em prol de garantir os melhores meios de relações entre a escola e cada um desses personagens que atuam diretamente ou indiretamente em conexão com a educação desempenhada pela escola.
Junto à comunidade, por exemplo, é função do Orientador Educacional levantar características sociais e econômicas, manifestações culturais regionais de origem locais ou trazidas de outras regiões, mas importantes localmente, levantar e procurar responder às expectativas em relação à escola onde atua.
Com as organizações sociais, por exemplo, o trabalho do orientador Educacional se realiza na busca de serviços prestados que possam atender aos anseios educacionais do alunado ou, mesmo, às suas necessidades sociais e econômicas.
Com outros parceiros da escola, o Orientador pode e deve estabelecer relações de auxílio mútuo que propiciem melhores aprendizados e bem estar para o alunados , bem como para toda a comunidade escolar. Por exemplo, as parcerias com os Postos de Saúde, as Casas de Cultura e os Clubes de Mães significam possibilidades de atuação educativa junto ao entorno escolar.
O Orientador Educacional deve contar com órgãos que compõem a rede de proteção social e entrar em contato com eles sempre que perceber algum caso de vulnerabilidade social.
Alguns deles são: 
CRAS - Centro de Referência de Assistência Social
Executa serviços de proteção social básica, organiza e coordena a rede de serviços sócio assistenciais, locais da política de assistência social. 
CREAS- Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
Unidade pública onde se ofertam serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos nas diversas situações de violação de direitos na perspectiva de potencializar e fortalecer sua função protetiva.
 
Conselho Tutelar

Referências
GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2002.
JÄEGER, Werner. Paidéia: A formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes 2003.
LUZURIAGA, Lorenzo. História da Educação e da Pedagogia. SP: Nacional, 2001.
MONROE, Paul. História da Educação. SP: Nacional, 1983.
PASCOAL, Miriam; HONORATO, Eliane Costa  and  ALBUQUERQUE, Fabiana Aparecida de. O orientador educacional no Brasil. Educ. rev. [online]. 2008, n.47, pp. 101-120. ISSN 1982-6621

Postado por Futuros Pedagogos.

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