segunda-feira, 16 de maio de 2016

Como deve ser  a  observação do coordenador dentro da sala de aula


O que observar 

Durante a observação em sala de aula, é preciso verificar como se
desenvolvem as interações entre professores, alunos e conteúdos e de que forma
elas podem se tornar tema da formação continuada na escola.
Abaixo estão algumas questões que podem servir de roteiro para essa prática.
Relacione as frases com destaque colorido com as explicações nos tópicos abaixo do quadro.
Disciplina ___________________________
Conteúdo da aula ___________________________
Data da observação ___________________________
1. A interação entre os alunos e o conteúdo
2. A interação entre o professor e os alunos
3. A interação dos alunos com os colegas 

Como usar bem o material pedagógico 

Mapas, slides, ilustrações, fotos e vídeos precisam ser adequados ao conteúdo trabalhado, utilizados em momentos certos e ter qualidade técnica. Quando alguma dessas coisas não acontece, busque com o professor novas ferramentas ou indique maneiras mais eficientes de usar as já disponibilizadas pela escola. No caso de recursos tecnológicos, é sempre recomendável testá-los antes da aula.

Em busca de clareza e objetividade


Muitas dificuldades que aparecem durante os momentos de aprendizagem têm origem em uma proposta confusa, mal elaborada ou comunicada de forma ineficiente. Durante a observação, anote as falas do professor para posteriormente discutir a clareza e a pertinência das propostas. Para torná-las mais claras, geralmente são necessárias mudanças simples, como a substituição das palavras difíceis.

Fazer do erro uma oportunidade de ensinar Durante a observação, anote os erros e as dúvidas apresentados pelos alunos e verifique se o professor consegue fazer com que as dificuldades individuais sejam oportunidades de avanço para todo o grupo. Os erros e as intervenções dos professores também podem ser registrados para a tematização da prática durante os encontros coletivos e os individuais.


Para cada situação, um grupo

Ao perceber uma inadequação entre a organização da sala e o conteúdo, você pode indicar, na devolutiva, outras formas de dispor os alunos. Em roda, em duplas, trios ou quartetos. A forma como a turma trabalha deve estar relacionada aos objetivos pedagógicos. Geralmente, grupos grandes servem para socializar estratégias, mas não para trocar informações. Já quando o objetivo é colocar os conhecimentos de cada aluno em jogo, o melhor são as atividades individuais.

Pauta de observação de sala de aula
Nome do professor ___________________________


- O conteúdo é adequado às necessidades de aprendizagem da turma?

- As atividades e os problemas propostos são desafiadores e proveitosos para todos os alunos ou para alguns foi muito fácil e, para outros, muito difícil?
- Há a retomada de conhecimentos trabalhados em aulas anteriores como um ponto de partida para facilitar novas aprendizagens ou as atividades apenas colocam em jogo o que já é conhecido pela turma?
- Os recursos utilizados são adequados ao conteúdo?
- Como está organizado o tempo da aula? Foram reservados períodos de duração suficiente para os alunos fazerem anotações, exporem as dúvidas, debaterem e resolverem problemas?


- Os objetivos de aprendizagem de curto e longo prazos dos conteúdos em questão estão claros para a turma?

- As propostas de atividades foram entendidas por todos? Seria necessário o professor explicar outra vez e de outra maneira? As informações dadas por ele são suficientes para promover o avanço do grupo?
- As intervenções são feitas no momento certo e contêm informações que ajudam os alunos a refletir?
- O professor aguarda os alunos terminarem o raciocínio ou demonstra ansiedade para dar as respostas finais, impedindo a evolução do pensamento?
- As hipóteses e os erros que surgem são levados em consideração para a elaboração de novos problemas?
- As dúvidas individuais são socializadas e usadas como oportunidades de aprendizagem para toda a turma?


- Os alunos se sentem à vontade para colocar suas hipóteses e opiniões na discussão?

- Nas atividades em dupla ou em grupo, há uma troca produtiva entre os alunos?
- Com que critérios a classe é organizada?
- Os alunos escutam uns aos outros?
Para pensar em novas abordagens Problemas adequados são os que representam um desafio possível. Ou seja, não podem ser tão fáceis a ponto de serem solucionados sem esforço nem tão difíceis que se tornem desestimulantes. Quando 80% da turma acerta sem dificuldade as questões propostas, é hora de lançar novos desafios. Se mais da metade não encontra solução, é preciso orientar o professor para que ele tente novas abordagens e ajudá-lo a diversificar as atividades.
Ajuda na formação de grupos É preciso observar se as duplas ou os grupos foram formados aleatória ou intencionalmente. A escolha dos pares precisa ser planejada e a formação vai variar de acordo com os conteúdos. Ao perceber que um agrupamento não é produtivo, analise com o professor o perfil dos alunos e ajude a montar outros mais eficazes.


 GESTAO ESCOLAR, Edição 008JUNHO/JULHO 2010. Título original: Uma ferramenta para melhorar a prática docente

domingo, 15 de maio de 2016


Coordenador pedagógico: o que fazer e o que não  fazer


Veja quais atribuições o coordenador pedagógico precisa encarar como prioridade e quais ele não deve


O QUE FAZER?

Garantir a realização semanal do horário de trabalho pedagógico coletivo 
78% afirmam reunir-se periodicamente com todos os professores, porém só isso não basta. É preciso ter tempo para planejar e tornar mais produtivos esses momentos. 

Organizar encontros de docentes por área e por série
 Só 27% declaram reunir os professores por disciplina, para tratar de conteúdos específicos, e 31% por ano, para conversar sobre as turmas. 

Dar atendimento individual aos professores
 Apenas 19% discutem com cada docente da equipe e sugerem novas estratégias de ensino, após observar as práticas pedagógicas em sala de aula. 

Fornecer base teórica para nortear a reflexão sobre as práticas
Não mais de 31% apontam o preparo dos docentes como um dos principais problemas da coordenação pedagógica. 

Conhecer o desempenho da escola em avaliações externas
 47% dos entrevistados citaram um número que está fora da escala do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), embora a maioria afirme saber o resultado da escola. Mais do que ter o número, é essencial usá-lo para guiar o planejamento em equipe.



O que não fazer

Conferir se as classes estão organizadas e limpas antes das aulas 
55% dos coordenadores realizam essa tarefa e 90% a avaliam como adequada à sua função, que pode ser delegada a um funcionário de serviços gerais. 

Fiscalizar a entrada e a saída de alunos
 72% dos entrevistados têm essa atividade na rotina e 91% a consideram apropriada, mas o controle deve ser responsabilidade de um funcionário treinado para a função. 

Visitar empresas do entorno para fechar parcerias
54% gostariam de ter mais tempo para isso, mas o papel de relações-públicas é do diretor. 

Substituir professores que faltam
 19% dos entrevistados fazem isso uma ou algumas vezes por semana. Sua função, porém, é ajudar a direção a montar, com os docentes, um banco de atividades e uma lista de substitutos para resolver esse tipo de emergência. 

Cuidar de questões administrativas, financeiras e burocracias em geral 
22% acreditam que isso é seu papel, embora os especialistas garantam que a parceria com o diretor deve se restringir aos assuntos pedagógicos.



Publicado em JUNHO 2011. Título original: Coordenador pedagógico vive crise de identidade


Quer saber mais? Segue contatos via email de Profissionais da Área da  Educação Revista Gestão Escolar
CONTATOS

sábado, 14 de maio de 2016

Coordenação Pedagógica e Inclusão Educacional



No contexto escolar, atualmente a inclusão está associada somente em receber o aluno com necessidades educacionais especiais. Todavia, é coerente evidenciar que para a escola inclusiva estar preparada é necessário que haja a acessibilidade arquitetônica, pedagógica e atitudinal.É de fundamental importância acolher,trabalhar e respeitar todos os alunos com ou sem deficiência no tocante ao direito à escola laica, pública e de qualidade. Portanto, a escola tem que aceitar a diversidade estudantil, para potencializar a construção e a socialização do conhecimento.

Assim sendo, o movimento da inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais começou a ser discutido pela Constituição Federal, ao prever atendimento educacional especializado às pessoas portadoras de necessidades especiais (BRASIL, 1988) – termo usado no contexto daquela época. Posteriormente, esse movimento ganhou força nos anos de 1990 com a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtiem, na Tailândia (BRASIL, 2004).

Mediante essa Conferência, as pessoas com deficiência adquiriram o direito de frequentar a escola de ensino regular, todavia, o que se observou que essa prerrogativa não estava totalmente explícita.

A garantia passa a ser efetivada com a Declaração de Salamanca em 1994, e reafirmada dois anos depois pelo Brasil por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n° 9.394/96 que incorpora e destina o Capítulo V, à Educação Especial, estabelecendo critérios para realizar o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1998).

É notório ressaltar que apesar das constantes discussões sobre a inclusão educacional, observa-se que a maioria das escolas não estão preparadas para receber os educandos com necessidades educacionais especiais, logo, percebe-se que o coordenador pedagógico é visto como um profissional que irá desenvolver ações que visam contemplar a inserção e a permanência destes alunos no ambiente escolar, com possibilidades de haver a acessibilidade: arquitetônica, pedagógica e atitudinal.

Apesar de a acessibilidade arquitetônica extrapolar as funções inerentes ao coordenador pedagógico, ele poderá verificar junto à equipe administrativa da escola se tal estar oportunizando aos educandos com deficiência maior privacidade e segurança, inviabilizando nesta perspectiva sua segregação, assegurando o seu direito de ir e vir perante a Constituição Federal (BRASIL, 1988), em face de facilitar a adaptação destes na escola, no que tange propor uma organização por meio da flexibilidade ao facilitar sua locomoção, bem como sua localização e acesso livre sem exigência de esforço físico.

Com a acessibilidade pedagógica, o coordenador pedagógico orientará à equipe de professores na práxis educativa no que diz respeito em dinamizar a escolarização do aluno com necessidades educacionais especiais na sala de aula, por meio da adaptação curricular de pequeno porte (BRASIL, 1999). Todavia, é interessante expor que ao realizar a adaptação na sala de aula, os alunos irão adquirir vantagens, pois o processo de ensino-aprendizagem será edificado com a ajuda de todos. Além disso, haverá a contribuição significativa para ampliar as habilidades funcionais dos alunos com deficiência.

Já com a acessibilidade atitudinal, o coordenador pedagógico tende a estimular nos profissionais da educação a concepção altruísta, isto é, se colocar no lugar do outro. Ou melhor, se colocar no lugar da família e/ou do educando com deficiência, para se despirem completamente de preconceitos de qualquer espécie, com intuito que a inclusão aconteça de maneira efetiva e permanente, com investimentos na potencialidade deste educando e não na dificuldade atribuída à sua deficiência.

Vale considerar nessa perspectiva, que o coordenador pedagógico deverá observar e compreender que a acessibilidade garante o direito de ir e vir, de ser e estar sem restrição, com o intuito de promover a autonomia e segurança para as pessoas com deficiência, sem prejuízo na sua qualidade de vida, haja vista que sua atuação se constitui em um constante desafio por conduzir e ser agente de transformação no processo educativo inclusivo.

Diante desse contexto, a inclusão deverá ser compreendida como toda e qualquer forma de possibilitar a participação plena e efetiva da pessoa com deficiência, para o seu desenvolvimento bio-psico-social. E perante essa oportunidade salutar e enriquecedora que é o processo de ensino-aprendizagem, é interessante que todos os profissionais da educação independente de serem professores da educação especial ou não, precisam ter a formação inicial e continuada direcionada à educação especial, ocorrendo significativamente um processo educativo de qualidade no ambiente escolar.

Com o processo educativo de qualidade, o coordenador pedagógico estimulará a modificação do ambiente escolar, pois ele irá contribuir na incorporação da concepção e da formação dos professores na perspectiva da educação inclusiva, mediante a acessibilidade arquitetônica, pedagógica e atitudinal. Todavia, ainda cabe evidenciar e observar que toda inclusão é acessível, mas nem toda acessibilidade é inclusiva.

Nesse sentido, a concepção do coordenador pedagógico deverá ser redimensionada no tocante à educação especial, visto que essa modalidade de ensino deverá superar a ideia genérica da inclusão, no diz respeito em matricular e colocar somente o educando com necessidades educacionais especiais na sala de aula, mas sim oportunizá-lo em participar e socializar ativamente o ensino e a aprendizagem, por meio da transformação da realidade escolar.

http://www.partes.com.br/2014/07/17/coordenador-pedagogico-agente-de-inclusao-escolar/#.VzfNL_krK9J

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Dificuldades na chegada da nova coordenação pedagógica

Dificuldades na chegada da nova coordenação pedagógica

O que fazer quando um professor veterano rejeita as sugestões da coordenadora que acaba de assumir o cargo



Coordenador pedagógico também precisa de formação continuada
Algumas Secretarias de Educação já oferecem tutoria e cursos específicos aos responsáveis pela formação da equipe docente

Ter competência para desenvolver o seu papel e buscar aperfeiçoamento constante são as principais características de um bom coordenador pedagógico. E é a Secretaria de Educação que deveria se responsabilizar pela sua formação. Essa é a opinião dos próprios coordenadores pedagógicos, segundo apurou o estudo da Fundação Victor Civita que traçou o perfil desse profissional. Contudo, não é isso que acontece em boa parte do país: 38% dos entrevistados afirmam receber capacitação da Secretaria e 36% procuram por si mesmos meios de se atualizar e estudar, lendo livros e revistas especializadas, frequentando cursos e palestras e navegando na internet (veja gráficos abaixo).

''Além de haver pouca oferta, o que existe deixa a desejar'', afirma Eliane Bambini Gorgueira Bruno, professora da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). É comum as Secretarias convocarem os coordenadores para as mesmas palestras e oficinas destinadas aos professores - o que às vezes é necessário, mas está longe de ser o suficiente. A formação continuada do coordenador tem de prever uma orientação constante no local de trabalho, nos moldes de uma tutoria, e permitir a troca de experiência entre os pares. ''As redes devem ter uma equipe de supervisores e cada um se responsabilizar pelo acompanhamento de um grupo de formadores'', defende Cybele Amado, do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), da Bahia. Somente com essa combinação, é possível identificar as necessidades da função e trabalhar os conteúdos indispensáveis a todos que estão no cargo.

Essa receita já é usada por algumas Secretarias de Educação, como a de São José dos Campos, a 95 quilômetros de São Paulo. ''Os orientadores pedagógicos das escolas, que é como chamamos os coordenadores, têm o acompanhamento dos orientadores da Secretaria. Há também o trabalho das equipes de referência, formada por quatro membros - um supervisor de ensino e três especialistas (um nos anos iniciais do Ensino Fundamental, outro nos anos finais e um terceiro em inclusão. Cada uma é responsável por cinco escolas'', conta Márcia Suení Cintra, coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação.

Foi graças a tal estratégia que Carmen Lúcia Silveira Cruz Fiebig, coordenadora pedagógica da EMEF Professora Ana Berling Macedo, diz ter aprimorado as ferramentas de trabalho. Há dez anos na função, ela aprendeu recentemente a fazer a tematização da prática e começou a utilizá-la com os docentes. ''Já analisava com os professores as atividades desenvolvidas em sala de aula com base na teoria, utilizando para isso a produção dos alunos. Em todo o processo de formação continuada, aprendi outro procedimento: a gravação em vídeo das aulas'', afirma Carmen, Com mais esse instrumento - que permite visualizar a interatividade dos alunos com as propostas, os colegas e a professora -, a reflexão ficou mais rica. ''Fiz o trabalho por etapas, pois para implantar a tematização é fundamental, antes, ter a confiança de toda a equipe e estabelecer uma boa parceria com ela.''

Quem deveria se responsabilizar pela formação do coordenador
Secretaria da Educação
Situação ideal
Na realidade
64
38
Diretor da escola/vice-diretor/adjunto/assistente de direção
17
25
Consultores/especialistas ligados à Secretaria
14
11
Eu mesmo procuro me atualizar e estudar
5
36
Universidades
-
1


Como se atualizar?
Lendo livros ligados a assuntos pedagógicos
74%
Lendo revistas especializadas em Educação
63%
Participando de cursos/palestras ligados à Educação
62%
Navegando na internet, em sites de Educação
61%
Navegando na internet, em sites de notícias em geral
32%
Lendo revistas e jornais de notícias em geral
28%
Discutindo com os colegas coordenadores ou com professores
21%
Lendo livros de interesse geral (romances, biografias, livros-reportagem)
16%


 fonte: http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/coordenador-pedagogico-tambem-precisa-formacao-continuada-634883.shtml

quinta-feira, 12 de maio de 2016

O Planejamento do Trabalho Pedagógico


Nesta postagem iremos discutir a importância do planejar, as etapas do planejamento e a relação entre o projeto político pedagógico, plano de ensino e plano de aula.
Planejar para a integração entre comunidade, escola e sala de aula


O cotidiano do professor está interligado por diversos elementos, entre eles, o ouvir as necessidades da comunidade e da escola para definir como será o trabalho em sala de aula.
Como é possível para o professor ouvir a comunidade? Será que o professor deve sair de casa em casa ao final de suas aulas perguntando aos pais, alunos e equipe escolar o que eles querem para a sua escola?
Não exatamente. Uma das maneiras encontradas pelos educadores para ouvir a comunidade é garantindo que todos possam participar do planejamento pedagógico. Aqui cabe mais uma pergunta. Como acontece o planejamento pedagógico?
O planejamento pedagógico pode acontecer por meio de atividades que a escola cria para estimular a participação de sua comunidade. Pode ser uma reunião envolvendo pais, alunos e equipe escolar ou mesmo uma festa na escola que tenha como objetivo discutir a própria escola. Em resumo, toda a ação que a escola promove ao longo do seu ano letivo e que dá oportunidade de todos falarem e dizerem o que esperam da escola são elementos que se agregam ao planejamento.
O planejamento é uma escuta permanente que enriquece o trabalho do professor.
Um momento propício é o da elaboração do Projeto Pedagógico, pois toda escola tem como responsabilidade planejar suas atividades e apresentar esse plano em um documento chamado Projeto Pedagógico.
Participar da construção do Projeto Pedagógico da Escola torna-se um caminho fundamental para o professor planejar seu trabalho em sala de aula.
Ao se envolver com a construção do Projeto Pedagógico, o professor toma consciência das necessidades concretas da escola, além disso, ele perceberá a sua necessidade de formação permanente, reflexão sobre a prática e reformulação do 
currículo.


Segundo Paulo Freire, educar é um processo dialético entre o ensinar e o ser ensinado, e "quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado" (1997, p. 25). Nesse sentido, compreende-se o professor como ser histórico e posto no mundo que faz parte do conhecimento, mas que também desconhece. O resultado dessa tomada de consciência abre ao professor possibilidades de “produção do conhecimento que ainda não existe" (1997, p. 31).


O exercício contínuo e cuidadoso do professor em escutar os seus demais colegas, em escutar as necessidades de seus alunos e em escutar o que a comunidade escolar prioriza em seu projeto pedagógico dará a ele condições de realizar suas ações cotidianas com os alunos integrando esses diferentes interesses.
O planejamento pedagógico do professor não pode ser um adendo ao Projeto Pedagógico. Para o professor trabalhar de forma articulada e coletiva precisa ter em mente quais são as suas prioridades, as necessidades da escola e as necessidades de seus alunos. A partir dessa escuta, criam-se as devidas ligações com suas ações em sala de aula. Essa articulação melhor se dará quando houver a conciliação entre a estrutura física e organizacional que a escola dispõe e as atividades temáticas/ conteúdos a serem desenvolvidas pelo professor. Todas essas informações estão concentradas no Projeto Pedagógico.
Os temas trabalhados em sala de aula estão diretamente ligados à trajetória da escola, caracterização econômica, social, política e cultural que a escola está inserida e perfil sócio-cultural dos alunos.
Ao retomar o Projeto Pedagógico para planejar suas aulas, o professor toma consciência da responsabilidade de todos os envolvidos na comunidade escolar na execução do trabalho educativo. Perceber que o trabalho docente é coletivo lhe dará mais segurança para expandir seus temas de trabalho para fora da sala de aula.
A qualidade do planejamento é resultado da interação entre conhecimento científico de responsabilidade do professor e os elementos do cotidiano apresentado no Projeto Pedagógico.

Uma construção coletiva e permanente



Os Parâmetros Curriculares Nacionais, enquanto um dos documentos oficiais que orientam em âmbito nacional, o trabalho docente, têm enfatizado a necessidade de a equipe escolar vivenciar o projeto educativo da escola enquanto “uma construção coletiva e permanente” (BRASIL [SEF/MEC], 1997: 48).
Portanto, a autonomia do professor não está centrada na sua capacidade individualizada de decidir o que trabalhar com seus alunos, mas sim, uma autonomia que resulta da escuta de várias pessoas envolvidas na vida escolar e que dão sentido ao trabalho planejado pelo professor.

O planejamento como caminho para consolidação da autonomia escolar



O Projeto Político Pedagógico é um caminho na escola para a criação de espaços de participação que alimentam os princípios democráticos e cidadãos.
A escola não pode ignorar que a partir dos mecanismos legais e normativos da reforma educacional brasileira, Lei n. 9.394/96, o tema da autonomia escolar vem sendo debatido como uma nova perspectiva do fazer pedagógico. Tudo isso significa na prática que o professor não pode trabalhar isolado em sala de aula.

Planejamento: a articulação entre projeto pedagógico, plano de ensino e o plano de aulas.



Dada a capacidade inventiva do ato de planejar, ao participar ativamente do processo de planejamento, o professor garante que a escola possa romper com modelos instituídos. Consequentemente, ele contribui para a transformação da escola.
O planejamento pode, portanto, ser entendido como uma reflexão coletiva e permanente sobre a vida escolar. Será a partir dessas reflexões que o professor organizará seu plano de ensino e suas aulas.
Reforçamos que na concepção que defendemos ao longo desta aula, o planejamento do trabalho pedagógico, quando interligado com o Projeto Político Pedagógico, torna-se instrumento que tende a facilitar a conquista da autonomia no cotidiano escolar.
Finalizamos, portanto, chamando a atenção para quando o professor for definir seu plano de ensino e plano de aula estar consciente da necessidade de articular suas ideias com o Projeto Pedagógico da Escola.

Lembre-se de que você poderá postar suas dúvidas no Blog , estaremos Aguardando.
Futuros Pedagogos

Referências
BRASIL (SEF/MEC), 1997. Parâmetros Curriculares Nacionais – 1º e 2º Ciclos do Ensino Fundamental. Língua Portuguesa/ Introdução. Brasília, DF: SEF/MEC.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 2 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
GADOTTI, M.; ROMÃO, J. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997.
VASCONCELLOS, C. S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org) Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 14 ed. Papirus, 2002.


 Postado por Futuros Pedagogos

quarta-feira, 11 de maio de 2016


       A função do coordenador pedagógico da Educação Infantil: Uma questão de identidade 

Quando refletimos a respeito das ações do coordenador pedagógico da educação infantil, estamos colocando em foco um elo da práxis do pedagogo  



     A função primeira do coordenador pedagógico é planejar e acompanhar a execução de todo o processo didático-pedagógico da instituição, tarefa de importância primordial e de inegável responsabilidade e que encerra todas as possibilidades como também os limites da atuação desse profissional. Quanto mais esse profissional se voltar para as ações que justificam e configuram a sua especificidade, maior também será o seu espaço de atuação. 


     Quando refletimos a respeito das ações do coordenador pedagógico da educação infantil, estamos colocando em foco um elo da práxis do pedagogo. O desafio de estar coordenador pedagógico é exercido por este profissional, que por sua vez, deve enxergar no processo político pedagógico e na condução da dinâmica escolar da escola a máxima de seu trabalho. Definir o papel e a identidade deste profissional no dia-a-dia do espaço escolar constitui-se a premissa de sua ação. Deste modo um encontro com práxis, no qual se pode delinear o desafio de estar coordenador pedagógico. 


    É essencial que o profissional da educação ao exercer a função de coordenação escolar tenha a consciência que sua prática pedagógica deve e tem que ser constantemente questionada, pois ao fazer uma reflexão da sua prática o coordenador estará contribuindo para um bom desenvolvimento da sua atuação e qualificando os resultados obtidos junto ao alunado e o corpo docente. 


   Estar coordenador pedagógico na educação infantil é abraçar a responsabilidade de incentivar a consolidação do projeto escolar, que se constitui a bússola norteadora da construção cognitiva:

•É importante que transformem o seu olhar, ampliando a sua escuta e modificando a sua fala, quando a leitura da realidade assim o requerer.

 •É necessário que a consciência coletiva seja respeitada, a ponto de se flexibilizar mais os planejamentos e que os mesmo sejam sempre construídos do e a partir do olhar coletivo. 

•Ter a capacidade de olhar de maneira inusitada, de cada dia poder perceber o espaço da relação e, consequentemente, da troca e da aprendizagem. 

• Ser capaz de perceber o que está acontecendo a sua relação com o professor e deste com o seu grupo de alunos. 

•Poder perceber os pedidos que estão emergindo, quais os conhecimentos demandados e, consequentemente, necessários para o momento e poder auxiliar o professor.  


    Contudo, fica evidente que este papel imprime alguns desafios que devem ser em suma observados em sua prática. Dentro do princípio da gestão democrática, cabe ao coordenador pedagógico não ser chefe nem autoridade, mas um líder articulador, que harmoniza as relações entre escola, aluno e professor, diretor, comunidade, pais e demais envolvidos, prezando sempre pela proposta pedagógica decidida pela equipe e pela qualificação do processo ensino/aprendizagem. 



Fonte: http://www.iesad.com.br/publicacoes_exibir.php?codigo=21 Acesso 11/05/16 ás 08:20 Hr