quinta-feira, 12 de maio de 2016

O Planejamento do Trabalho Pedagógico


Nesta postagem iremos discutir a importância do planejar, as etapas do planejamento e a relação entre o projeto político pedagógico, plano de ensino e plano de aula.
Planejar para a integração entre comunidade, escola e sala de aula


O cotidiano do professor está interligado por diversos elementos, entre eles, o ouvir as necessidades da comunidade e da escola para definir como será o trabalho em sala de aula.
Como é possível para o professor ouvir a comunidade? Será que o professor deve sair de casa em casa ao final de suas aulas perguntando aos pais, alunos e equipe escolar o que eles querem para a sua escola?
Não exatamente. Uma das maneiras encontradas pelos educadores para ouvir a comunidade é garantindo que todos possam participar do planejamento pedagógico. Aqui cabe mais uma pergunta. Como acontece o planejamento pedagógico?
O planejamento pedagógico pode acontecer por meio de atividades que a escola cria para estimular a participação de sua comunidade. Pode ser uma reunião envolvendo pais, alunos e equipe escolar ou mesmo uma festa na escola que tenha como objetivo discutir a própria escola. Em resumo, toda a ação que a escola promove ao longo do seu ano letivo e que dá oportunidade de todos falarem e dizerem o que esperam da escola são elementos que se agregam ao planejamento.
O planejamento é uma escuta permanente que enriquece o trabalho do professor.
Um momento propício é o da elaboração do Projeto Pedagógico, pois toda escola tem como responsabilidade planejar suas atividades e apresentar esse plano em um documento chamado Projeto Pedagógico.
Participar da construção do Projeto Pedagógico da Escola torna-se um caminho fundamental para o professor planejar seu trabalho em sala de aula.
Ao se envolver com a construção do Projeto Pedagógico, o professor toma consciência das necessidades concretas da escola, além disso, ele perceberá a sua necessidade de formação permanente, reflexão sobre a prática e reformulação do 
currículo.


Segundo Paulo Freire, educar é um processo dialético entre o ensinar e o ser ensinado, e "quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado" (1997, p. 25). Nesse sentido, compreende-se o professor como ser histórico e posto no mundo que faz parte do conhecimento, mas que também desconhece. O resultado dessa tomada de consciência abre ao professor possibilidades de “produção do conhecimento que ainda não existe" (1997, p. 31).


O exercício contínuo e cuidadoso do professor em escutar os seus demais colegas, em escutar as necessidades de seus alunos e em escutar o que a comunidade escolar prioriza em seu projeto pedagógico dará a ele condições de realizar suas ações cotidianas com os alunos integrando esses diferentes interesses.
O planejamento pedagógico do professor não pode ser um adendo ao Projeto Pedagógico. Para o professor trabalhar de forma articulada e coletiva precisa ter em mente quais são as suas prioridades, as necessidades da escola e as necessidades de seus alunos. A partir dessa escuta, criam-se as devidas ligações com suas ações em sala de aula. Essa articulação melhor se dará quando houver a conciliação entre a estrutura física e organizacional que a escola dispõe e as atividades temáticas/ conteúdos a serem desenvolvidas pelo professor. Todas essas informações estão concentradas no Projeto Pedagógico.
Os temas trabalhados em sala de aula estão diretamente ligados à trajetória da escola, caracterização econômica, social, política e cultural que a escola está inserida e perfil sócio-cultural dos alunos.
Ao retomar o Projeto Pedagógico para planejar suas aulas, o professor toma consciência da responsabilidade de todos os envolvidos na comunidade escolar na execução do trabalho educativo. Perceber que o trabalho docente é coletivo lhe dará mais segurança para expandir seus temas de trabalho para fora da sala de aula.
A qualidade do planejamento é resultado da interação entre conhecimento científico de responsabilidade do professor e os elementos do cotidiano apresentado no Projeto Pedagógico.

Uma construção coletiva e permanente



Os Parâmetros Curriculares Nacionais, enquanto um dos documentos oficiais que orientam em âmbito nacional, o trabalho docente, têm enfatizado a necessidade de a equipe escolar vivenciar o projeto educativo da escola enquanto “uma construção coletiva e permanente” (BRASIL [SEF/MEC], 1997: 48).
Portanto, a autonomia do professor não está centrada na sua capacidade individualizada de decidir o que trabalhar com seus alunos, mas sim, uma autonomia que resulta da escuta de várias pessoas envolvidas na vida escolar e que dão sentido ao trabalho planejado pelo professor.

O planejamento como caminho para consolidação da autonomia escolar



O Projeto Político Pedagógico é um caminho na escola para a criação de espaços de participação que alimentam os princípios democráticos e cidadãos.
A escola não pode ignorar que a partir dos mecanismos legais e normativos da reforma educacional brasileira, Lei n. 9.394/96, o tema da autonomia escolar vem sendo debatido como uma nova perspectiva do fazer pedagógico. Tudo isso significa na prática que o professor não pode trabalhar isolado em sala de aula.

Planejamento: a articulação entre projeto pedagógico, plano de ensino e o plano de aulas.



Dada a capacidade inventiva do ato de planejar, ao participar ativamente do processo de planejamento, o professor garante que a escola possa romper com modelos instituídos. Consequentemente, ele contribui para a transformação da escola.
O planejamento pode, portanto, ser entendido como uma reflexão coletiva e permanente sobre a vida escolar. Será a partir dessas reflexões que o professor organizará seu plano de ensino e suas aulas.
Reforçamos que na concepção que defendemos ao longo desta aula, o planejamento do trabalho pedagógico, quando interligado com o Projeto Político Pedagógico, torna-se instrumento que tende a facilitar a conquista da autonomia no cotidiano escolar.
Finalizamos, portanto, chamando a atenção para quando o professor for definir seu plano de ensino e plano de aula estar consciente da necessidade de articular suas ideias com o Projeto Pedagógico da Escola.

Lembre-se de que você poderá postar suas dúvidas no Blog , estaremos Aguardando.
Futuros Pedagogos

Referências
BRASIL (SEF/MEC), 1997. Parâmetros Curriculares Nacionais – 1º e 2º Ciclos do Ensino Fundamental. Língua Portuguesa/ Introdução. Brasília, DF: SEF/MEC.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 2 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
GADOTTI, M.; ROMÃO, J. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997.
VASCONCELLOS, C. S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org) Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 14 ed. Papirus, 2002.


 Postado por Futuros Pedagogos

2 comentários:

  1. E fica a dica para que toda instituição busque relacionar-se de forma que possibilite a efetiva participação de todos valorizando todo o conhecimento construído e proporcionando a inclusão social e a valorização da vida e efetivando-se assim a democracia.

    Att. Patricia B. Santos

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